CARNES DAS MELHORES, PARA CURTIR SEM MODERAÇÃO
Luciana Fróes
Ouvir do clínico geral, a esta altura da vida – do campeonato, dos muitos anos de incontáveis comilanças -, que o check up de ok, mas que é preciso comer mais carne vermelha (estou anêmica), convenhamos, é para chutar o balde , abrir um Cristal e desfrutar do melhor e mais suculento t-bone (lomo? chorizo? alcatra?) que aparecer pelo caminho. Como estava em Ipanema, eu me “internei” no Esplanada Grill. Prescrição médica se cumpre no ato, sem pestanejar.
Caro? Sim. É para ocasiões especiais, o que, convenhamos, era o caso. Há quase 25 anos o Esplanada Grill existe ali, na mesma esquina, com a mesma cozinha (alguns funcionários também), os mesmos preços (puxados) e a excelência de sempre em tudo. Pouco mudou. Ah, os uniformes dos garçons. Felizmente, aliás, pois teve uma época em que usavam saias kilt, coitados. Hoje, todos servem de paletó e gravata, elegantes como o veterano Saraiva – egresso do Saint Honoré, que levou para ali os seus chazinhos divinos -, o Paulo, que já foi da primeira classe da Varig; o sommelier Robson, cinco anos de Cipriani. O Esplanada tem um belo salão, invejável.
Gostoa ainda de alguns rituais dali, como o guardanapo de pano dobrado com uma lapela de paletó, com uma gravatinha em papel crepon. Uma curtição. E ainda tem o ar condicionado tinindo, o wi-fi liberado (mesmo que não use, quero ter), tomadas para carregadores de celular, Ipad… Hoje, isso conta.
O couvert – que, além de pão de queijo, cebola adocicada, farofinha e linguiça, inclui a melhor salada do Rio, com molho de mostarda – não dá para dispensar (R$ 26). Como meu médico (santo médico) não vetou vinho, elegi um tinto português feito por alemães, o Dorina Lindemann 2008 (R$ 165). Entre as carnes de gado inglês Black e Red Angus, os cortes brasileiros (costelão), o argentino (picanha) e o uruguaio (cordeiro), fiquei com o ancho (R$ 81), do gado sul-africano Bonsmara. Delícia, delícia… E paro a Cantaria por aqui. Também por prescrições médicas.