Entre São João del Rey e Tiradentes, discussões sobre qualidade podem ser resolvidas na ponta da faca. Literalmente, quando se tratam das facas Burza, que são produzidas à mão, peça a peça, garantidas por certificado que acompanha os conjuntos, como um pergaminho, no belo estojo de madeira prensada.
Essas lâminas são importadas da Áustria. São forjadas em aço do tipo N690, feito sob encomenda pelos mais finos artesãos da Europa à siderúrgica Böhler Bleche. São afiadas somente de um lado e só podem ser amoladas por um dos profissionais da empresa.
A técnica tem 320 anos e se mantém com a décima geração, a primeira brasileira, de um guerreiro cossaco, que, ferido em batalha, deixou de integrar a cavalgada de seus companheiros e passou a dedicar-se ao ofício da cutelaria.
De tão pesada, essa cavalgada estremecia os vilarejos como a chegada de uma tempestade – ou burza, na concepção local da região, próxima ao rio Dnieper.
As facas Burza não são somente um objeto fino de arte. São também produzidas com uma série de especificações próprias, desde a adição de elementos que dão solidez ao aço – carbono, cromo, vanádio, molibdênio – e outros, como o cobalto, que evitam que a lâmina ganhe riscos desnecessários com o uso.
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